Tuesday, January 29, 2008

Destinos Labirínticos

Julgando ser já tarde demais, aventurava-se agora, finalmente, por um caminho que desconhecia. Esperava que aquelas ruas indicassem o destino último. Mas, por ora, só a incerteza de quem se encontra num labirinto era real. Estranhava um e o outro lado da sua visão debilitada pela luz fraca que desencadeava os espaços e suas sequências. Permanecia atento a cada virar de rumo, continuava perdidamente galgando um e mais outro metro a cada longo, ligeiro e vagaroso passo. Ao fundo, não a luz, mas um foco. Mais um novo momento de surpresa, possivelmente catártica, ou então, simplesmente banal. Avançou destemido, mas cauteloso. Reagia ao receio, talvez medo, com uma respiração mais pausada, mas nem por isso mais tranquila. Cada passo significava uma aproximação àquele diferente objecto que até aqui nunca antes tinha descoberto. Entretanto, enfraquecia o olhar por falta de luz. Do laranja esmiuçado atravessava até uma penumbra mais e mais carregada e tenebrosa. O receio era agora, sem dúvida, medo. O temor de se deparar com o horror impedia-o de voltar-se para trás e tomar outra rota, ao mesmo tempo que atrasava a sua passada até à quase imobilização total.

2 comments:

Petey said...

Shazzam!

spiffa said...

taking time
to walk down all the aisles.

turning over every stone.
building new rulers
but still haven't burnt any old.

miss you dude *