Tuesday, January 29, 2008

Destinos Labirínticos

Julgando ser já tarde demais, aventurava-se agora, finalmente, por um caminho que desconhecia. Esperava que aquelas ruas indicassem o destino último. Mas, por ora, só a incerteza de quem se encontra num labirinto era real. Estranhava um e o outro lado da sua visão debilitada pela luz fraca que desencadeava os espaços e suas sequências. Permanecia atento a cada virar de rumo, continuava perdidamente galgando um e mais outro metro a cada longo, ligeiro e vagaroso passo. Ao fundo, não a luz, mas um foco. Mais um novo momento de surpresa, possivelmente catártica, ou então, simplesmente banal. Avançou destemido, mas cauteloso. Reagia ao receio, talvez medo, com uma respiração mais pausada, mas nem por isso mais tranquila. Cada passo significava uma aproximação àquele diferente objecto que até aqui nunca antes tinha descoberto. Entretanto, enfraquecia o olhar por falta de luz. Do laranja esmiuçado atravessava até uma penumbra mais e mais carregada e tenebrosa. O receio era agora, sem dúvida, medo. O temor de se deparar com o horror impedia-o de voltar-se para trás e tomar outra rota, ao mesmo tempo que atrasava a sua passada até à quase imobilização total.

Friday, June 8, 2007

Lisboa, menina e moçoila

As luzes alaranjadas dos candeeiros de mercúrio, vistas assim, do alto do céu negro, de uma noite fria de Outono, criavam labirintos, rectas, milhares de focos luminosos que apontavam para variadíssimos acontecimentos. A cada ponto de luz correspondiam situações escondidas pelas sombras de pequenas ruas, dos recantos da cidade virada para o Tejo. Começava a chover e algumas das pessoas perdidas no enleio de luzes, regressavam a seus lares. Como o casal engraçado que se beijava, abraçava e que depois de alguns pingos davam o dia juntos por terminado. Ansiosa, precipitada e sem vontade nenhuma de o largar fugia da chuva, lançando olhares por detrás dos ombros para ele, que ficara na paragem do eléctrico. Ao lado dele, um velho consumido por uma vida de trabalho árduo, vinho tinto e muitos maços de tabaco, esperava também, mas não pelo eléctrico ou autocarro, nem que a chuva parasse. Parecia querer que aquele fosse o seu último cigarro. Fumava-o deliciosamente, a cada bafo, de cada vez que inalava o fumo, sentia um prazer apenas demonstrado pela sua expressão de regozijo. No fundo, esperava o fim dos seus dias. Em frente à paragem, num prédio de azulejos e varandas e vasos, conseguia-se ver numa das janelas acesas, a cara de satisfação de um miúdo ao ver a chuva cair, ao de leve no chão.

Monday, June 4, 2007

Naquele dia tudo era azul, e verde, e a luz que reflectia um brilho de alegria em rostos felizes
A magia da criação destruía os velhos valores da matança
E tudo se tornava numa bela construção de ideias e mistura de prazeres

Emergiam sentimentos de revolta positiva e com uma violentíssima paz resolvia-se tudo
Naquele dia em que tudo era sonho, o mais bonito de todos, substituía-se o ódio, e a intervenção divina, e as querelas corruptas, por amor e respeito, por acção individual e colectiva

O nascer de novas gerações de princípios, costumes e hábitos eram trocados, e tudo se transformava numa constante evolução da vontade

Naquele dia o sonho,
afinal,
não é a realidade

O mesmo ritmo quotidiano persiste
Impera a rotina da miséria
E tudo naquele dia acabou

Thursday, April 26, 2007

O que é a E.S.C.R.O.Q.U.E., SA?

E_mpresa
S_ocial e
C_ultural
R_evolucionária do
Ó_cio
Q_uotidiano
U_rbano e
E_squizofrénico